Por Luis Milmann
Dentre os objetivos dos
apoiadores do terrorismo disfarçados de pacifistas está acabar com a parceira
entre Israel e o Brasil, que precisa manter-se atualizado em tecnologia de
ponta na área militar.
A acusação feita contra
Israel de prática de apartheid é infame. O que os organizadores deste Fórum não
aceitam é a própria existência do estado judeu.
O
encontro internacional de milhares de militantes anti-israelenses, que ocorrerá
em Porto Alegre, com o patrocínio do governo Tarso Genro e do PT, no final
deste mês, não deve ser compreendido apenas sob uma ótica ideológica. É certo que uma das finalidades do Fórum
Mundial Palestina Livre é apresentar Israel como um estado criminoso e racista,
de acordo com o histórico cânone da propaganda oficial palestina, difundido por
partidos e organizações esquerdistas de todo o mundo há décadas e
reverberado no documento de referência do Fórum. É seguro, também, que, no
momento em que Israel lança uma ofensiva
militar na Faixa de Gaza, para proteger sua população contra as centenas de
mísseis disparados pelo Hamas e outros grupos terroristas palestinos, a
organização do tal Fórum fará de Porto Alegre um centro difusor de
mistificações e distorções antissemitas
ainda mais intensas.
Ninguém pode esperar
menos que a satanização de Israel e a exaltação da “resistência” dos
terroristas palestinos islâmicos da Faixa de Gaza, num contexto mais amplo de
denúncias e demandas alucinadas, que têm alimentado o imaginário esquerdista
desde o final da Guerra dos Seis Dias, em 1967. Estas constatações são
suficientes para repudiar o apoio que Tarso Genro está emprestando ao Fórum
Palestino, transformado por ele num evento oficial do estado.
Mas os problemas que decorrem da realização deste encontro mundial em Porto
Alegre são ainda mais graves do que se poderia esperar de uma algaravia de
inimigos de Israel, ainda que disfarçados de pacifistas e moderados. Entre as exigências que os organizadores do
Fórum anunciam como decisivas para a pressão junto a governos da Europa, Ásia e
América Latina, está a adoção de medidas BDS (Boicote, Desinvestimento e
Sanções) contra Israel, em conformidade com o que apregoa a própria Organização
para a Libertação da Palestina.
As medidas BDS destinam-se às populações e aos governos. Na Europa e nos Estados Unidos, há ONGs especializadas na pregação do
boicote ao consumo de produtos israelenses. No Brasil, uma ala considerável do PT tenta convencer o governo a adotar as
medidas BDS e persuadir a presidente Dilma Rousseff a agir, na cena
internacional, no sentido de isolar Israel.
Os organizadores do Fórum Palestina Livre
e os grupos políticos internacionais de esquerda que lhes dão sustentação,
entre eles a parte do PT a que pertence Tarso Genro, consideram o Brasil um
país chave para sua atuação. Na América do Sul, o Brasil é o maior parceiro
comercial de Israel. Os dois países mantêm acordos de cooperação tecnológica e
de segurança importantes e, mais ainda, várias empresas israelenses estão
instaladas no Brasil, inclusive no Rio Grande do Sul.
A Elbit Systems, por exemplo, uma das grandes indústrias de tecnologia militar
de Israel, possui contratos de cooperação com as Forças Armadas brasileiras e
fornece equipamentos militares para a Marinha e a Aeronáutica. Sua subsidiária,
a Aeroeletrônica Indústria de Componentes Aviônicos S.A (AEL) tem sede em Porto
Alegre e atua como centro de produção e apoio logístico de equipamentos
eletrônicos de defesa avançada. A AEL é fornecedora de produtos para programas
militares e de segurança no Brasil e em vários outros países. Além disso, atua
com a Embraer para produzir sistemas de aeronaves não tripuladas de uso
militar, como o Harpia Sistemas, que tem sede em Brasília. São empresas
estratégicas para o Brasil manter-se atualizado em tecnologia de ponta na área
militar. A organização do Fórum Palestina Livre afirma que principalmente as
parcerias das empresas israelenses com o setor militar brasileiro contribuem
para manter o que eles chamam de “regime de apartheid” de Israel. Por isso, prepara a denúncia da presença
destas empresas no Brasil, como forma de auxiliar, segundo os organizadores do
Fórum Palestina Livre, na luta maior contra a “limpeza étnica” praticada por
Israel. Não há mentira maior. A
acusação feita contra Israel de prática de apartheid é infame. O que os
organizadores deste Fórum não aceitam é a própria existência do estado judeu.
A sua agenda de propaganda anti-israelense é, também, uma agenda política
previamente delineada para influenciar a
opinião pública e pressionar o governo brasileiro, de modo a fazer com que se
altere a percepção diplomática e negocial tradicionalmente construtiva com
relação aos israelenses.
Tudo isto faz parte de
um movimento global degradante que, há muito tempo, dedica-se a deformar a
imagem de Israel e das comunidades judaicas que o apoiam. Porto Alegre, que
colhe os benefícios de possuir uma empresa israelense de ponta e com inserção
global, no final das contas, receberá
impostores, profissionais da fraude, militantes islamitas e comunistas do mundo
inteiro, num Fórum preparado para atacar Israel de todas as formas. É o novo
antissemitismo cínico aportando por aqui, com o patrocínio de Tarso Genro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário